THE ELEMENTAL CHARMERS
Enredo:
Chaos, deus do planeta Devon, pretende invadir Gaia. Pra evitar esse acontecimento, a deusa Gaia invoca os 4 Elemental Charmers para que junto de seus elementais possam deter o deus de Devon. A premissa do jogo é bem simples e é pega no velho clichê “4 elementais”. Porém, TEC destaca-se nessa parte. O jogo serve de exemplo para todos os novatos que insistem que “clichê é bobo, feio e mal e deve ser evitado sempre”. O desenvolvimento da trama e dos personagens é soberbo. Cada um tem sua personalidade bem definida e mesmo aqueles que são super-esteriotipados ou claramente inspirados em outros personagens, possuem uma profundidade tão significativa que não são só “mais um pirata mulherengo” ou “Sasuke-Clone”. O planeta Gaia é “vivo” e só temos essa impressão graças ao ótimo trabalho de ambientação do criador do jogo. O jogo usa de diversos estilos de “contar história”, desde flashbacks e cutscenes. O jogo é full, porém só possui o prólogo de cada Charmer, deixando o resto do desenvolvimento para o TEC2. Mostrando o “mesmo fato” (ser requisitado por Gaia) por 4 visões diferentes o jogo mostra que, nem tudo é tão bonito como parece. Ao vermos a conversa entre Gaia e Gwen nos perguntamos: “Mas custa Gaia dividir uma parte de seu planeta com o povo de Devon??”. Ao ver o Air Elemental dizer para Klax: “Se você não me ajudar, morre aqui” passa a idéia de que Gaia não é tão boazinha assim, ou que não tem medo de fazer o certo por linhas tortas. Achei 3 erros ortográficos, mas que parecem ter sidos mais por erro de digitação do que falta de conhecimento do idioma, que é excelente por sinal. Elfos falam “verde” quando estão usando o idioma élfico e “branco” quando usam o idioma humano; flashbacks e belas cutscenes estão por todo lado.
Total: 9,8/10
Gráficos
TEC se apóia no estilo do RTP e edições gráficas. Tilesets formados por outros RTP mais edições, chars belos seguindo o estilo dão a tonica dos mapas. Cada prólogo possui uma “capa” com um formato simples: duas faixas brancas em cima e embaixo, o battler de um personagem importante do prólogo, um battleback mostrando um lugar do prólogo e o nome. Parece simples, porém são capas bem feitas e cumprem a razão de estar ali. Cada Charmer tem um enigma a resolver também feito por pictures, além de listas de sintetização, quests, etc. A maioria dos itens são facilmente encontrados na internet, porém foram detectados diversas edições nos mesmos. Desde a montagem e o cuidado em inverter o cabelo do Mist e do Dust; o chapéu de capitão para o Archer-08 no Leon; o olho do Rock, etc, além da criação de pictures próprias pros eventos. O jogo possui diversos temas, desde “floresta élfica” até “aldeia ninja”, passando por “mundo dos piratas” e “rpg tradicional”. O criador fez uma boa aposta ao escolher o estilo do RTP e soube dar vazão aos requisitos dos cenários. As pictures estavam bonitas e bem colocadas. A title é agradável e possui movimentos interessantes. O gameover é o padrão do Maker. Os chars estavam muito bem feitos, de fato. Mesmo que muitos ali fossem do RTP ou facilmente encontrados na internet, ainda assim possuiam pequenas edições que garantiam originalidade nos recursos. Porém notei dois erros: o Brown-Brown quando anda de frente e de costas ele tem os frames fora de posição; e a Natsu quando anda de costas tem o cabelo de um dos frames invertido. Os battlers são feitos no site tektek.org. Muito bem feitos por sinal, o criador conseguiu reproduzir as peculiaridades de cada personagem de maneira excelente, com exceção do Wulf. Os inimigos estão bonitos.
Total: 8,2/10
Trilha Sonora
A trilha sonora é dividida entre composições ripadas de jogos famosos e músicas famosas, além de alguns efeitos especiais. Ainda que sejam recursos não disponíveis em outros jogos da competição (não todos, pelo menos), ainda assim os recursos não foram criados pelo maker o que acarreta na perda de nota no conceito Originalidade. As músicas “casaram” com o momento de maneira incrível, transmitindo bastante do sentimentos das cenas. Até detalhes bobos como a voz de alguns personagens nas habilidades especiais foram bem feitos e combinaram.
Total: 7,5 /10
Mapeamento:
Fantástico! TEC começou a ser feito à uns 4 anos aproximadamente e seus mapas continuam incrivelmente atuais e difíceis de serem superados. O uso das camadas, a técnica de montagem, a variação do uso dos tiles e a criatividade imbuída em cada mapa é de se louvar. Um dos melhores mappins do XP. Encontrei um erro de passabilidade na mansão de Klax, logo no primeiro mapa após o quarto dele (-0,1) e outro na configuração de uma ponte na cidade da Gwen (-0,1). A iluminação está presente em pouquíssimos mapas, porém o sombreamento se faz notar em todos e muito bem utilizados. Poucos mappers sabem usar o tile de sombra e TEC é uma aula de como fazer. Como eu disse anteriormente, TEC é uma aula de mapeamento do XP. Esse ano o Awards tem vários projetos ótimos nesse quesito.
Total: 9,6/10
Batalha e Base de Dados:
A Batalha usa o padrão do maker com alguns add’ons, por exemplo, a barra ATB. Eu pessoalmente não gosto de sistemas com ATB, mas confesso que ficou bom no TEC. Nunca a velocidade de um dos inimigos ou um dos players foi absurdamente superior a ponto de dar 3 ou 4 ataques a mais (uma das minhas principais reclamações) e foi bem fácil de controlar e traçar estratégias. Alias a game de estratégias é razoavelmente ampla, apesar de só contar com habilidades de ataque, quase nenhuma de suporte. A evolução dos personagens foi bem programada. Sempre que as coisas começavam a se complicar nas batalhas, ou aparecia uma fadinha pra garantir um tempo de “treinamento”(salvando e se curando pra poder lutar) ou um novo personagem era incluido na party para lutar ao seu lado. A gama de possibilidades é razoavelmente ampla, mas podia ser melhor. Basicamente, tudos se resume a bater, usar magias que acertam vários adversários se preciso, curar se preciso e esperar o overdrive encher pra usar na hora de dificuldade. Apesar de tudo, o jogo provém para o jogador não se aborrecer, nem ser pego desprevinido e morrer. A duração das batalhas está excelente e a frequência não atrapalha, apesar de usar o horrível sistema aleatório do Maker.
Total: 9,1/10
Jogabilidade
A jogabilidade de TEC é muito boa. O jogo não é difícil a ponto de te fazer desistir, nem é fácil a ponto de te deixar entediado, há um meio-termo que cai como uma luva. Os enigmas das Camaras dos Elementais são relativamente complicados, mas nada que o cérebro não resolva. Senti falta de alguns mini-games, apesar de existir um próprio do jogo, mas separado do enredo. Está bem programado e é até um pouco bobinho, mas diverte por alguns (bons) minutos. Ocorreram dois bugs sérios que me fizeram descontar 1,0 inteiro por cada um: o primeiro aconteceu quando eu jogava o prólogo do Mist. Era o 2º prólogo que eu jogava e, de repente, começou a nevar na cidade da Academia. Tudo bem, porém a neve não parou. Continuou nevando o resto do prólogo e, quando acabou o prólogo, eu fui teletransportado direto pra seleção de personagens e no prólogo do Leon (o seguinte) a neve continuou. Outro bug sério foi que, todos os itens que eu possuía com o Klax e com o Mist, passaram pro Leon através desse método (terminar o prólogo e ser teletransportado pra seleção de personagens), bem como todo o dinheiro que eu tinha também. Se isso for intencional Marcel, por favor me avise que corrijo a nota. Outro fato curioso, não é um bug, mas é curioso: os itens para sintetizadores são raríssimos e alguns só são obtidos no final do respectivo prólogo. Eu só completei 1 item, que foi o Wip pra Gwen, porém nunca consegui sintetizar. É um fator que aumente o replay, porém diminui um pouco do valor do sistema.
Nota: 7,0/10
Considerações Finais: TEC é um jogo MUITO acima da média. Vale pra todo e qualquer iniciante ou veterano no maker. Diversão garantida.
Enredo: 9,8
Gráficos: 8,2
Trilha Sonora: 7,5
Mapeamento: 9,6
Batalha e Base de Dados: 9,1
Jogabilidade: 7,0
Um comentário:
Ah não vale... O Leandro só deu essas notas porque é camarada. XD
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