terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

AVALIAÇÕES - Jurado: Gian Carlos

A seguir, mais uma avaliação do jurado Gian Carlos (Ciclope).


ENDLESS CURSE


ENREDO: Endless Curse, ou EC, apresenta um enredo diferente dos RPGs tradicionais. O foco da trama está na temática sombria que envolve vampiros, assassinatos e coisas do tipo numa cidade cheia de locais macabros, desde templos onde são feitos rituais até hospícios onde os loucos são torturados. O protagonista Fortunato/Renato ao longo do jogo enfrenta situações adversas e perigos, mas por sua condição ele não possui mais sentimentos, o que de certa forma afasta o jogador do personagem, pois não há como se identificar com ele. Por outro lado, EC é um jogo mais focado na ação, e como há pouquissimos NPCs, o lado sentimental dos personagens não faz tanta falta.

O fato do jogo ser em inglês pode contar (ou não) pontos positivos, mas o que realmente faz a diferença é o estilo que cada personagem tem de falar, como o uso do pronome "thy" ao invés de "your", a caracterização do personagem fica mais interessante, eles não apenas falam, eles falam com seu próprio "sotaque".

Resumindo, o enredo de EC é um enredo de jogo de plataforma super desenvolvido.

NOTA   9.5


GRÁFICOS: Os gráficos usados são basicamente os do RTP, com alguns Battlers diferentes, nada de muito original. Já as Pictures merecem um destaque pelo seu contraste e coloração.

NOTA  7.5


TRILHA SONORA: O ponto forte do jogo. As BGMs fazem o jogador imergir de cabeça na história. O clima que elas passam, desde o terror, a ação, o suspense, tudo, muito bem escolhido e usado. Os SEs de gritos, risadas e barulhos dão um aspecto meio trash no jogo, o que é bom, pois caracteriza a ideia do jogador estar num submundo, num mundo sombrio que existe por trás das cortinas da sociedade.

NOTA 9.5


MAPEAMENTO: Nem lá nem cá. O mapeamento de New Enoc tem lá seus pontos fortes, como a Fair Street que eu particularmente acho bem legal. Os Dungeons estão bem interessantes, no tamanho certo, com algumas aberturas que aos olhos dos jogadores deveriam ser locais de teleporte, mas as setas nos ajudam bastante na hora de saber onde que realmente há o teletransporte.

Acima de tudo isso está a MadHouse, um Dungeon aparentemente simples, que por alguma razão tem uma atmosfera tão incrivel, tão misteriosa e sombria que merece um grande destaque. Este Dungeon em especial chamou minha atenção, ele é composto por 
bons mapas e uma atmosfera própria, tudo o que é necessário a um bom Dungeon.

Mas algo que tirou pontos valiosos neste quesito: a falta de lógica nos teletransportes. Toda a cidade de New Enoc possui teletransportes sem nexo: você está indo pro canto direito da tela, teleporta e de repente o heroi está no próximo mapa, lá no canto superior esquerdo, e as vezes ele aparece uns 3 quadros fora do local onde deveria estar. Um cuidado maior nesta parte seria bom.

NOTA   7.5


BATALHA E BASE DE DADOS: Um aspecto que seria considerado fraco se não fosse a grande ideia de usar dois estilos de batalha. O sistema de batalha em tempo real tem lá seu charme, principalmente após ganhar a "Kusanagi-no-Tsurugi" que nos permite atacar a uma certa diatância, equilibrando as batalhas com os inimigos que podem fazer o mesmo. Também há um Gárgula que nos ajuda a partir de um certo momento no jogo, mas no ABS ele mais atrapalha do que ajuda, sempre se metendo na nossa frente, bloqueando nossa área de esquiva às vezes.

Temos também a batalha por turnos, estilo padrão do RPG maker VX. Nesta o jogador pode usar das estratégias que as diversas Habilidades dos herois nos permitem. Embora os inimigos sejam Hardcore neste sistema de batalha, é mais interessante do que o ABS, pois os personagens têm possibilidades de vencer qualquer tipo de inimigos, devido aos equipamentos que realmente nos ajudam e às Skills que fazem a diferença.

Um ponto negativo neste quesito é a má relação entre os dois sistemas de batalha. Quando você enfrenta e perde para um inimigo forte na batalha padrão, você logo pensa em UPar seu Nivel pra vencer, mas o único modo de UPar é na batalha em tempo real, 
que nos dá muito pouco EXP a uma certa altura. Em outras palavras, a recompensa por matar inúmeros monstros que ficam dando Respawn toda hora no mapa não é nada se comparada com a recompensa dos inimigos na batalha padrão, que nos dão bastante EXP e um real desafio diferente do sistema ABS que apresenta muitos Bugzinhos e fatores não-exatos.

NOTA   7.5


JOGABILIDADE: Em certos momentos é irritante o fato de morrermos para un inimigo simples só porque ele tem uma Skill de Instant Death e nós não sabemos (confesso que uma lágrima escorreu do meu rosto quando morri assim :P), mas EC é Full, então sabemos que a dificuldade das batalhas terá um propósito. O diário do heroi nos ajuda muito na hora de saber o que temos que fazer ou pra onde temos que ir. Save Points bem localizados na maioria das vezes. No geral, a jogabilidade de Endless Curse é bem suave, com algumas trepidações em virtude das batalhas dificeis, mas nada que não dê pra superar.

NOTA 7.0


CONSIDERAÇÕES FINAIS: Tirando as batalhas e diálogos, não há muitos Puzzles, NPCs ou cenas para fazer o jogador seguir em frente. Sorte que o enredo de EC tem uma boa estrutura, nenhum erro de escrita (que eu tenha visto), mas fica o conselho: um RPG que segue apenas a linha do maniqueismo, com um único heroi que não tem sentimentos nem relações com outras pessoas... não é um RPG completo.


Enredo:   9,0
Gráficos:   7,5
Trilha Sonora:   9,5  
Mapeamento:   7,5
Batalha e Base de Dados:   7,5
Jogabilidade:   7,0

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