quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

AVALIAÇÕES - Jurado: Gian Carlos

A seguir, mais uma avaliação do jurado Gian Carlos (Ciclope).



DAVY JONES - A LENDA

_ENREDO: O enredo de Davy Jones - A Lenda, ou DJAL, tem um foco diferente do normal. Ao invés da história se desenrolar com foco no protagonista, ela se desenvolve em torno de vários outros personagens, que querem encontrar o protagonista. Esse estilo diferente apresenta vários pontos positivos como o fato de até mesmo os vilões terem suas vidas e estarem na busca por Davy Jones assim como os herois.

Outro ponto interessante é o fato de haver personagens com objetivos variados, como o governador que tem que proteger sua cidade, Jarvis que quer libertar DJ, Owen que quer salvar Merle, Karyl que quer encontrar seu pai. Tudo isso torna interessante a experiência de jogar DJAL, pois o modo como os personagens se relacionam é muito bem bolado. Há também alguns pontos realmente tocantes, inesperados, como o momento que Jarvis conta a verdade sobre si mesmo aos herois, ou quando Karyl conta o porquê de querer ir atrás dos piratas.

Fora isso, algumas coisas meio fora da lógica como o fato de Nathalie, a filha do governador, estar se metendo em aventuras perigosas sem a menor preocupação da parte de seu pai. Também há alguns erros de português e o uso de termos coloquiais na 
Introdução que tiram pontos neste quesito.

NOTA 8.5

_GRÁFICOS: A parte gráfica de DJAL tem lá sua beleza, principalmente nos AddOns da mobilia das casas, nos Facesets grandes, alguns Battlers são bem bonitinhos também. Mas no geral, não há um padrão gráfico no jogo, o que pode ser exemplificado pelo 
Faceset do próprio Davy Jones, que é totalmente diferente dos demais. Mas esta "quebra de padrão" ocorre em poucos pontos, logo, a harminia gráfica ainda se preserva em boa parte do jogo.

NOTA 8

_TRILHA SONORA: Ambienta muito bem o estilo dos piratas. Tirando algumas músicas super aceleradas que chegam a doer nos ouvidos, a trilha sonora de DJAL cumpre seu papel, sem muito destaque, mas ela está sempre lá.

NOTA 7.5

_MAPEAMENTO: O ponto forte e ao mesmo tempo, um dos pontos fracos do jogo. O mapeamentos das cidades e vilarejos está incrivel, simplesmente incrivel. Desde a lógica estrutural até os detalhes nos interiores e os destaques da parte externa como a feira de East Sea, que é de encher os olhos.

Algo que uns podem considerar bom é o modo como os mapas dos Dungeons são aproveitados. O jogador tem que literalmente dar a volta nos mapas para passar pro próximo cenário, mas isso é um grande ponto fraco a meu ver, pois o estilo deixa a clara 
impressão de que os mapas só estão lá para fazer o jogador ficar andando pra lá e pra cá.

Um exemplo disso é o Templo da Esperança: o chão do templo cedeu, mas antes ele era um templo normal... Então por que as alavancas? Por que elas existem? Por que elas funcionam pra abrir caminhos em um cenário que está destruido? Onde está a lógica? 
Isso exemplifica a grande falha de enfiar o mesmo tipo de Puzzle (se é que pode-se chamar isso de Puzzle) em praticamente todos os Dungeons, algo que não era nada necessário.

Pelo bom desenvolvimento dos mapas das cidades, uma nota alta, mas pelo mau uso dos Dungeons, uma nota baixa...

NOTA 7

_BATALHA E BASE DE DADOS: Incrivelmente mal aproveitados. O Banco de Dados do jogo é bem vasto, o que seria um ponto bom se a maioria dos equipamentos não fosse inútil. Veja: há Itens que protegem contra Status negativos e elementos, mas simplesmente não há monstros que causam os Status negativos, exceto um ou outro. No único momento que a proteção contra um elemento (Trovão) é necessária, o inimigo nos mata em um único Hit mesmo que estejamos usando o equipamento de proteção. 

A evolução das armas é outro ponto fraco. o jogador compra armas e equipamentos que vão aumentando seus Status numa proporção tão igual, que chega a ser chato: numa loja há um elmo que aumenta 3 pontos de defesa, na próxima há um elmo que aumenta 5, depois 7 e por aí vai, isso exemplifica meu ponto.

As batalhas, com monstros repetidos quase toda vez, sem variação de grupos de inimigos, se torna uma experiência frustrante, pois a uma certa altura basta ficar pressionando Enter e esperar o final da batalha chegar. Ao longo das 8 horas de jogo, os herois 
adquirem pouquissimas Habilidades que são usadas somente nos chefões e ainda assim nem são tão necessárias. Fora isso, o grande desequilibrio, que é sofrer um ataque que te mata na hora em um Dungeon onde a maioria dos monstros não tirava nem 10% do seu HP, torna ainda mais dolorosa a experiência de jogar DJAL.

NOTA 4.5

_JOGABILIDADE: É sem nenhum pesar que digo que a jogabilidade de Davy Jones - A Lenda é a pior de todos os jogos do VX. O simples fato de haver batalhas a cada 5 passos já elimina totalmente a graça de explorar os Dungeons, que por sinal, são enormes. Mas isso não é nada: cada mapa foi projetado para nos fazer dar voltas e acionar alavancas que abrem caminhos distantes e nos fazem procurar mais e mais alavancas, sempre, em praticamente todos os Dungeons há a mesma tarefa tediosa, cercada por inimigos, que nos fazem comemorar quando andamos mais de 10 passos sem iniciar uma batalha. Sério, isso deveria ser motivo pra comemorar? 

E quando não encontramos alavancas ou botões, para a nossa surpresa, somos obrigados a ficar fuçando os mapas atrás de botões escondidos, somos lançados às cegas, porque simplesmente não existe lógica nos mapas, não existe explicação 
plausivel para que as portas sejam abertas por alavancas situadas em pontos distantes, então fica dificil saber onde procurar.

Em alguns pontos há uma espécie de Puzzle onde temos que passar despercebidos pelos guardas. Mas novamente a experiência é arruinada pelo incrivel Lag que faz o jogo rodar a uns 10 Frames por segundo. Fora isso, o Puzzle da biblioteca, que é cercado por inimigos HardCore que nos tiram a concentração e bem, não vou nem citar o Puzzle KamiKase do campo minado na parte que temos que achar os 3 pedaços da chave.

NOTA 2

_CONSIDERAÇÕES FINAIS: Se DJAL não tivesse batalhas, estaria entre os melhores com certeza. Este jogo brilha em muitos aspectos, mas infelizmente os pontos negativos ofuscam tudo que o jogo tem de bom. Uma pena, pois algo tão simples como pedir a opinião de um Game Tester antes de lançar, poderia ter feito muita diferença.

Pra terminar, saber que tive que pedir um arquivo Save emprestado pra poder passar do Puzzle da biblioteca é a prova mais clara de que há muito o que melhorar neste jogo.

_ENREDO....................................................... 8.5
_GRÁFICOS................................................... 8
_TRILHA SONORA......................................... 7.5
_MAPEAMENTO............................................. 7
_BATALHA E BASE DE DADOS....................... 4.5
_JOGABILIDADE............................................ 2

Um comentário:

Devon Redstorm disse...

O game deveria se chamar: PfH - AL. (Pikachus from Hell - A Lenda). Engraçado é que o Matheus ainda me "criticou" por ter batalhas aleatórias a cada 5 paços... É cara, a gente não costuma jogar com o CONTROL segurado... XD Mas repare, que tirando esses GRANDES defeitos, oDJ é um GRANDE jogo!!!