segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

AVALIAÇÕES - Jurado: Leandro de Barros

A seguir a avaliação do jurado Leandro de Barros para o jogo Davy Jones - A Lenda.



DAVY JONES – A LENDA


Enredo
Davy Jones é um jogo de piratas, que se apóia na lenda de Davy Jones para contar sua história. De modo resumido, um homem domou todas as criaturas do mar e perdeu muitas partes de seu corpo ao domar o Kraken. Alguns curandeiros usaram o Método do Dr. Frankenstein nele e salvaram sua vida com pedaços de monstros marinhos. O homem enlouqueceu, absorveu o poder dos monstros e passou a tocar o terror até um grupo de piratas detê-lo. Davy Jones era um dos piratas, matou o homem e acabou ocupando seu lugar e continuando seu trabalho até ser detido. A história começa de verdade quando Merle é capturado por um pirata que pretende libertar Jones.
DJ-AL tem um estilo bem direto, vamos de ponto a ponto na história, sem parar, num ritmo quase frenético. Não que seja uma má coisa, mas as vezes dá a impressão de produto inacabado. Não existem sidestorys, os personagens se resumem às suas funções na história e possuem pouca personalidade própria. Inclusive algumas cutscenes poderiam ser melhor trabalhadas, como por exemplo SPOILER a morte de Merle (sério, o Owen diz: “Antes de falecer, Merle disse isso-isso-isso” e eu: “Hm, oi? Falecer? Acabei de falar com ele, ele tava bem...”) SPOILER. Eu peguei alguns erros de português durante o gameplay, a maioria relacionado ao uso da crase e uma ou outra palavra errada.
Nota: 6,5


Gráficos
DJ-AL usa um misto de RTP + recursos do MACK, pelo que eu pude notar. Os chars, apesar de bem bonitinhos, não parecem combinar com as faces, ripadas do jogo Chaos Wars do ps2. Parece que o autor pegou uma face de um cara loiro, juntou um cabelo loiro numa roupa da mesma cor da face e usou o char. Não houve um cuidado em desenhar os personagens iguais às faces. O gameover é original, pelo menos eu não é do RTP e a title é original também (feita por mim, por sinal). Os tiles provém da já citada mistura MACK+RTP além de alguns itens extras como os barcos, por exemplo. Porém, senti que faltou variação já que todos os barcos são exatamente iguais. Resumindo tudo: DJ-AL usa recursos conhecidos e sem um capricho na finalização do jogo.
Nota:7

Trilha Sonora
Um exemplo de quesito bem utilizado e mal utilizado ao mesmo tempo. Explico: as músicas-temas de cada cenário foram muito bem escolhidas. Tão bem escolhidas que, agora quando ouço-as já me imagino de volta nos lugares (claro que se tratando do puzzle do Labirinto, isso é ruim). Em compensação o restante do jogo foi praticamente esquecido, o som quase não alcança outras áreas. Nas cutscenes sua presença é quase nula, efeitos especiais na construção dos mapas, etc.
Nota: 6

Mapeamento
Um dos bons pontos do jogo. O mapeamento de  DJ-AL lembra bastante os saudosos jogos do SNES, inclusive com suas dungeons extremamente graaaaandes. Não tem muito o que falar nessa área, exceto que o criador pareceu acertar cada tentativa que fez. O único “porém” é a falta de efeitos mais elaborados nos mapas, como iluminação e etc.
Nota: 9

Batalha e Base de Dados
Esse quesito é meio complicado de avaliar. Uma vez que o jogo possui diferentes níveis de dificuldade, o jogador pode se adaptar ao seu nível de perícia e estratégia. Essa foi uma decisão acertada do criador, uma vez que o nível fácil é MESMO fácil e o nível difícil é praticamente impossível de jogar. Apesar dos pesares, o jogo não trás grandes inovações no sistema Tankentai e se resume a “bater com quem tem a arma mais forte”. Eu, pessoalmente, detesto esse cálculo onde o poder da arma é mais importante na batalha que os status do personagem. Um exemplo é a Karyl. Se equipar duas Adagas do Deserto nela + Botas Aladas, ela não só fica super-rápida como também fica super-forte. Em suma: apelona. Agora, o defeito REALMENTE GRAVE nesse quesito é a frequência da batalha. Gosh, como é irritante quando os criadores usam o sistema aleatório do maker e, pior, quando colocam diferentes inimigos com poucos passos, como em DJ-AL. Feito dessa forma, andar por áreas habitadas por inimigos é uma verdadeira tortura mental.
Nota: 5

Jogabilidade
Quem ver só a nota que esse quesito levará, vai achar que DJ-AL é um jogo horrível. Quero deixar claro antes que NÃO É. É um jogo bem legal até, quando se supera as partes “chatas”. No geral, as coisas vão bem e a jogabilidade é suave, porém dois aspectos me fizeram abaixar a nota desse quesito. São eles: as dungeons e o Labirinto da Biblioteca. As dungeons são ENORMES e ENTEDIANTES. O problema é: parece que o criador tentou colocar puzzles nas dungeons e esses puzzles são chatos e se resumem à, literalmente, ativar switchs para passar. LITERALMENTE. Não há desafio intelectual, nem minigames divertidos, é só andar de um lado pro outro ativando alavancas e botões. Mapas enormes, com batalhas a cada 10 passos e andar pra lá e pra cá pra ativar botões é bem chato. Sobre o Labirinto da Biblioteca, que eu carinhosamente apelidei de Inferno, eu já falei bastante na comunidade. Basicamente, temos na cidade do labirinto, uma maga que vende itens de proteção contra eletricidade. No Labirinto, aparecem uns “ratos” que usam magias elétricas. Problema: cada magia de cada rato, mata um personagem na hora. Problema Maior: são 3 ratos por batalha e eles aparecem numa frequência assustadora. Problema AINDA MAIOR: mesmo que compremos os itens de proteção, ainda assim morremos na hora. Esses Pikachus do Mal estragaram o ÚNICO puzzle realmente legal do jogo. Eu pretendia indicar o Labirinto como Melhor Cenário, porque ele é realmente bem feito, porém esses Raichus Enfeitiçados estragaram tudo.
Nota: 4

Considerações Finais
Definitivamente seria um jogo muito melhor se fosse mais caprichado e melhor finalizado. Pena tanto potencial jogado fora na pressa de lançar um jogo.

Enredo: 6,5
Gráficos: 7
Trilha Sonora: 6
Mapeamento: 9
Batalha e Base de Dados: 5
Jogabilidade: 4

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