sábado, 6 de fevereiro de 2010

Temos novidades. O jurado Akira finalizou seus textos avaliativos, seu texto de apresentação e indicações. A seguir estão os textos do Akira para os jogos Psyco e Linhagem Axis. É importante dizer que o jurado já terminou seu texto para o jogo Resident Evil New Raccoon, e o referido texto será publicado em breve.


"Psyco

Comentário geral: Uma demo bastante curta e que mostra coisas muito interessantes no pequeno espaço de tempo que dura. No entanto, fica difícil avaliar a consistência de um enredo com tão poucos elementos, da mesma forma que não há tempo suficiente para mostrar uma variedade decente de elementos no sistema de batalhas. Dando ênfase aos três elementos restantes, é fácil ver que o jogo tem um enorme potencial para versões futuras, mas pela natureza breve do jogo, o mesmo perdeu muito de sua competitividade para o concurso.

1 - Enredo: Não há muito a se ver aqui além do até então excelente trabalho com diálogos, cutscenes e personagens. O jogo é muito curto e a base da história fica oculta, tendo como únicos elementos apresentados no momento um mago misterioso, uma cidade sitiada por monstros, um grupo de mercenários junto ao protagonista e dois bandidos trapalhões-não-tão-trapalhões. Um destaque, no entanto, é a elaboração da cidade e de seus NPCs. Há um rico detalhe em diálogos e prerrogativas para várias sidequets, embora nenhuma acessível no momento.

A nota de partida será drasticamente reduzida pela duração demasiado curta do jogo, e pela dificuldade de avaliar de forma mais profunda os elementos do enredo por consequência.

Nota de partida: 5,5 (mediano)

+1,0 – Excelente trabalho com personagens, cutscenes e diálogos
+0,5 – NPCs bastante elaborados e com boas premissas

Nota final: 7,0 (bom)




2 – Sistema de Batalha: Graficamente o jogo não altera muito o padrão RMXP, permanecendo no esquema de battlers e perspectiva originais. A alteração é a mudança do esquema de turnos para tempo real com a barra de ATB. O jogo não dura muito tempo para apresentar desafio, mas no primeiro “boss” mostra que o uso de debuffs pode sim ser útil. O mesmo promete apresentar futuramente sistemas de forja e elaboração de poções dado os comentários de NPCs na cidade, mas considerando que nada disso foi efetivamente apresentado, o jogo não é capaz de suportar grande nota nesse aspecto pela falta de qualquer novidade ou grande idéia.

Nota de partida: 7,0 (mediano)

+0,5 – Uso de debuffs se mostra útil logo no primeiro chefe

-2,0 – O jogo ainda não apresenta efetivamente qualquer novidade ou chamativo para as batalhas

Nota final: 5,5 (fraco)




3 – Trilha sonora: A trilha sonora até o momento foi composta exclusivamente do RTP. Alguns efeitos sonoros foram substituídos, como os sons de atenção e dúvida, de forma que mesmo tendo se baseado apenas no RTP, o mesmo tem sensibilidade em adaptá-lo ao clima do jogo. Da mesma forma, a alteração na altura das músicas para ambientar de forma distinta ambientes semelhantes, como no caso da cidade e do deserto, garantem uma impressão interessante de distanciamento da civilização.

Nota de partida: 7,0 (mediano)

+0,5 – Bom uso da regulação de alturas do RTP
+0,5 – Preocupação em modificar os efeitos sonoros de forma a torná-los compatíveis com o jogo

-1,0 – Falta de qualquer customização

Nota final: 7,0 (mediano)




4 – Mapeamento: O mapeamento até então apresentado, embora carente de customizações, é bom, cumprindo com o dever de detalhar, orientar e agradar. O ponto alto na verdade é a interatividade com o cenário, que possui muitos itens escondidos, passagens secretas e estimula a exploração. Considerando a curta duração do jogo, o que resta a fazer é debulhar cada canto do cenário em busca de surpresas, sejam elas itens, comentários do autor, livros ou piadinhas para descontração, e você demora um certo tempo a achar todas, ou pelo menos a crer que achou. O uso de fogs é discreto e eficiente, e ajuda a dar o clima de cidade sitiada necessário. O tamanho dos mapas condiz com a quantidade de elementos, e mesmo a cidade que pode parecer muito grande à primeira vista não peca em detalhes visto a interatividade já mencionada e o número de coisas a fazer.

Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Excelente interatividade com o cenário
+0,5 – Mapeamento cumpre com a parte estética
+0,5 – Bom uso de fogs
+0,5 – Dimensões adequadas

-1,0 – Ausência de customizações

Nota final: 8,5 (excelente)




5 - Gráficos: A title estilizada em gráficos originais e a logomarca ficctícia deixam uma excelente primeira impressão do jogo. Embora não tão impressionante quanto o início, o jogo depois se apresenta com gráficos praticamente todos do RTP, mas bem aplicados. As excessões são o battler do Naramura, que não dá espaço a críticas, e as barras de HP/MP/ATB, que têm problemas em mesclar com a windowskin.

Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Excelente capa e logotipo
+0,5 – Bom mapping graficamente
+0,5 – Battler convincente e compatível com o personagem que representa

-0,5 – Falta de maiores customizações
-0,5 – Barras de HP/MP não mesclam bem com a windowskin

Nota final: 8,0 (excelente)


Nota geral final: 36,0 (bom)

Review por Akira Miasato"



"Linhagem Axis

Comentário geral: A impressão aqui é que o foco do jogo desde o princípio é o desenvolvimento de um enredo sólido, imersivo e cativante. Todos os outros elementos parecem ter como objetivo apenas ambientar a sequência de acontecimentos, e embora haja missões extras e alguns detalhes paralelos, o apelo é praticamente todo para o progresso na história. Em suma o jogo preza por uma certa simplicidade, vista tanto nos gráficos originais amadores quanto nos diálogos despreocupados com rigores formais, usando de algum internetês mas nunca depreciando a nossa língua-mãe. No entanto, apesar de simples, Linhagem Axis não falta com polimento e cumpre muito bem com as expectativas para um RPG eletrônico no gênero.




1 - Enredo: O jogo prima por um enredo absolutamente bem-estruturado e guiado. Embora não recaia em nenhum tema revolucionário, o combate ao maniqueísmo é conduzido com primazia por divindades “entediadas”, nações conflituosas e um protagonista, Timo, que da mesma forma tem dificuldades em discernir bem e mal, tendo uma motivação inicial apática mas suportada pelo orgulho do mesmo de tomar decisões próprias. O trabalho psicológico de todos os demais membros da equipe principal é de igual excelência, as cutscenes mostram diálogos com uma interação sensível entre todos, e flashbacks ou momentos de solitude trabalham individualmente cada um dos personagens. NPCs servem muito bem sua função de comentar sobre o jogo corrente, divertir ou fazer referências a coisas fora do jogo. Ainda com uma redação muito bem-conduzida e de poucos erros, e o uso de artwork original carismático e cativante, é difícil citar qualquer defeito, sendo o jogo uma verdadeira aula de como não perder nunca a atenção do jogador.


Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Personagens extremamente carismáticos e bem-trabalhados
+0,5 – Enredo bem-fudamentado e escrito
+0,5 – Cutscenes imersivas e sensivelmente trabalhadas
+0,5 – Uso de artwork original
+0,5 – NPCs úteis e divertidos

Nota final: 10,0 (perfeito)




2 – Sistema de Batalha: Nada de muito impactante, o jogo possui batalhas por turnos no esquema padrão do RMXP, mas mudando a perspectiva com o mesmo artwork original dos personagens vistos de costas, o que dá às batalhas um certo charme de identidade própria. O nível de dificuldade é bem dosado, e todos os elementos do sistema como debuffs, itens, equipamentos e skills em algum momento são de fato usados, e não presentes por simples estética. O sistema de forjas não é tão útil quanto poderia ser, mas para os que gostam de aprimoramentos e facilitações para o jogo, vale a conferida. O único verdadeiro problema nas batalhas é a aquisição de skills, sem qualquer tipo de grande atrativo.


Nota de partida: 7,0 (mediano)

+0,5 – Gráficos originais garantindo identidade própria
+0,5 – Bom uso dos elementos táticos do sistema de batalhas padrão
+0,5 – Nível de dificuldade bem dosado

-0,5 – Nenhum grande atrativo no sistema de aquisição de skills
-0,5 - Nenhuma mudança sensível no script original de batalhas

Nota final: 7,5 (bom)




3 – Trilha sonora: O jogo conta com uma escolha variada e agradável de temas, a grande maioria compatível com os usados do RTP. A ambientação é bem-feita, e talvez um diferencial aqui seja o uso realmente sábio do silêncio em alguns momentos, deixando os efeitos sonoros orquestrarem com maestria as cutscenes. Existem alguns temas MIDI, no entanto, que pecam pelo uso de samples de guitarras e percussões artificiais demais, que poderiam ser melhor substituídas por suas versões originais em mp3 ou ogg vorbis, mesmo que isso custasse algum peso extra ao jogo. Da mesma forma, embora o jogo não recorra apenas a trilhas de jogos consagrados, usando também músicas de bandas famosas, a ausência de uma trilha original impede que o jogo dê continuidade à originalidade gráfica.


Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Boa escolha de trilhas para ambientação
+0,5 – Uso inteligente do silêncio em cutscenes
+0,5 – Sem grandes diferenças de amplitude entre faixas


-0,5 – MIDIs de guitarras e percussões artificiais demais
-0,5 – Ausência de trilha sonora original

Nota final: 8,0 (excelente)




4 – Mapeamento: O mapeamento em geral é simples mas bem-feito. O padrão RTP é bastante explorado com fusões de tilesets, e complementos com fogs discretas, efeitos de luz e panoramas dão o acabamento necessário. Os mapas também possuem dimensões adequadas, com uma boa distribuição de items e extras, além dos puzzles desafiadores e bem-feitos que exploram a movimentação por tiles. Praticamente não há bugs de transponibilidade, o que indica uma boa configuração dos tilesets. Como contras, o world map aparece não muito interessante, usando de forma pouco convincente desníveis de relevo e copas de árvores para configurar montanhas e florestas. Alguns interiores também possuem efeitos de sombreamento ilógicos considerando fontes de iluminação. No geral, o mapeamento poderia ser mais requintado e detalhista, mas o estilo simples é agradável e cumpre com o dever de ambientar o jogo.


Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Simplicidade, beleza e eficiência na maioria dos mapas
+1,0 – Bom acabamento de efeitos de luz, fogs e panoramas
+0,5 – Extras exploram movimentação por tiles

-0,5 – World map com estilo de mapping pouco convincente
-0,5 – Sombreamento de interiores ilógico

Nota final: 8,5 (excelente)




5 – Gráficos: A capa do jogo logo apresenta o diferencial na parte gráfica deste: o artwork original. Embora com o estilo bastante amador, o simples fato de o mesmo ter gráficos exclusivos e preocupação com a construção de uma imagem própria dos personagens já merece ser exaltado. A simplicidade é um elemento de grande agrado num jogo cujo foco não são gráficos impressionantes, mas isso não significa que os mesmos não tenham para onde progredir. A discrição da maioria dos elementos gráficos, seja no mapeamento objetivo ou na ausência de um menu in-game cheio de transições e cores não impressionaria por si só, e a parte gráfica acaba subalterna aos outros elementos mais chamativos do jogo.


Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Artwork original
+0,5 – Simplicidade agradável

-0,5 – Falta de um maior trabalho com transições
-0,5 – Gráficos não impressionam por si sós

Nota final: 7,5 (bom)



Nota geral final: 41,5 (excelente)

Review por Akira Miasato"


Portanto, esses são os textos avaliativos do Akira para os jogos Psyco e Linhagem Axis.

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