segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Temos mais um texto avaliativo. O Akira avaliou O Cristal e deu notas ao jogo. O texto a seguir é do Akira.


O Cristal

Comentário geral: Lento. Se o jogo pudesse ser resumido em uma palavra, seria essa. O jogo teve uma preocupação enorme em apresentar pormenores como animação de characters, efeitos sonoros e vários outros detalhes que de fato podem enriquecer um jogo, mas jamais devem obrigar o jogador a prestar atenção neles de forma tão enfática. A curta duração ajudou a terminá-lo, mas se o mesmo mantiver a mesma espera de transições, a velocidade 3 do personagem e as cutscenes gigantes, o jogo tenderá ao intolerável.

1 - Enredo: Apresentado inicialmente por texto que poderia ser convertido em eventos, o jogo até agora apresentou poucos elementos que se resumem a um cristal fragmentado e questões familiares de uma sucessão real, que se por um lado tendem a alguns clichês óbvios, ao menos não apresentam inconsistências. As cutscenes que se seguem impressionam pela preocupação com coisas como colocar efeitos sonoros na animação de characters que se curvam, deitam, levantam, empurram e fazem diversas outras coisas difícieis de ver em jogos de maker. Mas com o tempo a falta de dinamismo das mesmas, os erros muitas vezes grotescos de português e a lentidão da sucessão dos eventos comprometem severamente com o resultado final. O mini-game é puramente expositivo, não impressionando mas contando como um extra. Os NPCs são poucos, alguns divertidos, outros iniciam diálogos insossos, mas você provavelmente não terá paciência para falar com todos. Algo positivo a se ressaltar por último é o uso de nomes em português de forma hábil, sem deixar com que parecessem algo cafona, e ainda ressaltando posições sociais


Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Detalhismo nas animações de cutscene
+0,5 – Mini-game como extra
+0,5 – Uso hábil de nomes em português

-0,5 – Algumas violações grotescas de gramática
-1,0 – Cutscenes com falta de dinamismo
-1,5 – Lentidão da sucessão de eventos e do jogo como um todo

Nota final: 6,0 (mediano)




2 – Sistema de Batalha: Com uma única batalha, não há muito o que comentar aqui. O sistema tático pode ou não funcionar, e isso depende de como for usado futuramente. O pouco a se comentar é a mesma lentidão vista em todo o resto do jogo. A aparição das mensagens “Turno Aliado” e “Turno Inimigo” irritam por sua demora.

A nota de partida foi drasticamente reduzida pela presença de uma única batalha.

Nota de partida: 5,5 (mediano)

+0,5 – Abandono do padrão maker em prol de um sistema tático funcional

-1,0 – Mesma lentidão apresentada no resto do jogo

Nota final: 5,0 (fraco)




3 – Trilha sonora: Bem-escolhida tanto na qualidade das MIDIs quanto para a ambientação das cutscenes que predominam em todo o jogo, considerando que o tempo controlando o personagem é demasiado curto. A amplitude é bem-regulada e não apresenta falhas. Algumas trilhas no entanto entram em loop muito rapidamente, talvez mais por culpa da demora de certas passagens que da música em si. A falta de uma trilha original, predominando temas clássicos, também recai como um contra por tirar um pouco da personalidade do jogo. Os efeitos sonoros são minuciosamente trabalhados nas animações e agradariam muito mais se o resto do jogo colaborasse.

Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Boa escolha de trilhas
+1,0 – MIDIs leves e de boa qualidade
+0,5 – Amplitude bem-regulada
+0,5 – Trabalho minucioso com efeitos sonoros

-0,5 – Loop rápido de algumas trilhas
-1,0 – Uso de temas clássicos sem uma trilha original tirando a personalidade do jogo

Nota final: 8,5 (excelente)




4 – Mapeamento: Embora sejam pouquíssimos os mapas “navegáveis”, todos nos quais você de fato joga não apresentam erros de configuração. Graficamente, os rips da série Mana agradam embora sua resolução seja inferior. Os mapas são bem detalhados, orientados e com um belo uso de fogs. No entanto, a exploração é mínima, e nas poucas vezes que ocorre é prejudicada pela lentidão do personagem e pela falta de algum botão que permita-o ao menos voltar à velocidade padrão. O resultado final é basicamente um cenário para as cutscenes apresentadas até então.


Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Boa ripagem e configuração de mapas
+1,0 – Mapas detalhados e belos graficamente
+0,5 – Bom uso de fogs e pictures com o mesmo valor

-1,5 – Exploração praticamente nula

Nota final: 8,0 (excelente)




5 - Gráficos: A logomarca da “softhouse fictícia” no início é feita de maneira pobre, com um fundo arco-íris e o nome “Marcos Produções” colado como se feito em editores básicos de imagem. A title animada no entanto tira a má impressão inicial, e embora os panoramas usados para as passagens iniciais de texto pareçam recursos de slides de Power Point enviados pela internet, não chegam a desagradar. Outros problemas aparecem posteriormente no jogo, como a incompatibilidade da resolução baixa dos tilesets e a resolução padrão do maker das pictures e janelas, assim como a aparição precipitada da picture de iluminação de exteriores durante a mudança de mapa. No geral, entretanto, o jogo sabe ser agradável aos olhos com trabalhos de pictures em menus como o de seleção de opções ao entrar na cidade, com transições (embora estas demorem demais para serem executadas) e com o bom mapping. Um último comentário seria sobre as faces, que conseguem representar os personagens, mas não escondem a aparência de “gerador automático”, tampouco têm qualquer expressividade.

Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Bom mapping
+0,5 – Bela title animada
+0,5 – Bom uso de pictures em menus
+0,5 – Transições belas graficamente

-0,5 – Bugs de iluminação em mudança de mapa
-0,5 – Incompatibilidade de resoluções entre mapping e janelas
-0,5 – Faces inexpressivas e padronizadas demais

Nota final: 8,0 (excelente)


Nota geral final: 35,5 (bom)

Review por Akira Miasato


Como se pode ver, o Akira deu nota 35,5 ao jogo O Cristal, que já possui três avaliações completas.

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