quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Temos mais um texto avaliativo. O jurado Akira avaliou o jogo TEC: Anarchy e conferiu notas a ele. O texto abaixo, incluindo notas, é de autoria do Akira:


"The Elemental Charmers: Anarchy

Comentário geral: Embora o jogo tenha um apelo inicial por parte do sistema de batalhas dinâmico, o que acaba por se destacar é o enredo e a forma como é conduzido. Há uma quantidade significativa de bugs, alguns irritantes e outros apenas estéticos, mas nenhum comprometedor para o término da demonstração. O jogo ainda conta com um “quê” trash ao utilizar imagens reais e “pornografia pixelada”, que por um lado dão personalidade ao jogo, e por outro às vezes quebram com a imersão pelo excesso do inusitado.

1 - Enredo: A história como um todo é muito bem conduzida, e depois de uma certa altura passa a ser a motivação central para a persistência no jogo. Embora não seja a mais inovadora das idéias, a base do enredo é sólida e conta com todo um universo pré-estabelecido como palco. A idéia de uma raça superior que espera aniquilar humanos por si só não teria força sem a presença da hipótese de Gaia aplicada em uma guerra entre planetas, deuses e avatares. O trabalho no background de vários personagens com cutscenes sensivelmente trabalhadas, a constante interação entre os principais e o trabalho psicológico com vários flashbacks estruturam o carisma esperado para um RPG estilo nipônico. Os NPCs com suas referências à cultura gamer em geral e comentráios úteis ou simplesmente divertidos são também bem trabalhados e valem a perda de tempo e curiosidade. Como único ponto contra recairia a questão do “quê” trash e de alguns de seus excessos que acabam, em uma ou outra imagem ou em algum efeito sonoro utilizado, quebrando com a imersão.

Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Personagens com carisma e poder de imersão
+0,5 – Bom trabalho com cutscenes
+0,5 – Base sólida de enredo
+0,5 – NPCs bem-trabalhados

-0,5 – Excessos do trash em alguns momentos

Nota final: 9,0 (excelente)


2 – Sistema de Batalha: O uso do mouse para ataques coordenado com o teclado para movimentação e atalhos tem uma excelente premissa, embora possua uma série de pequenos defeitos e bugs ainda a serem trabalhados. Graficamente ele é bastante satisfatório, com animações bonitas e inteligíveis e uma HUD de fácil leitura, discreta, limpa e eficiente. O nível de dificuldade possui medida certa, e o dinamismo realmente torna a tarefa de matar monstros bem menos enjoativa. A variedade de mini-games que complementam o sistema como “batalhas alternativas” também agrada. Por outro lado, em alguns momentos é fácil se frustrar quando em algum momento o desenho do mapa prepara alguma encurralada disfarçada de arbustos e pedregulhos, ou quando você destrói um monstro que passa por cima de paredes e outros tiles intransponíveis, e este deixa algum item importante para o desenvolvimento do jogo, impedindo você de ir lá pegá-lo. A mira peca em precisão por causa da movimentação por tiles, e a transponibilidade mal-configurada de vários mapas pode fazê-lo se perder no meio de um monte de monstros. A falta de qualquer inteligência artifical acaba diminuindo o elemento tático das batalhas, sobrando a este apenas as fraquezas por magia e o uso do armamento certo para distância ou proximidade. Existem ainda outros vários pequenos problemas a serem abordados, mas o resultado final não é comprometido severamente. A variedade de armas, magias e monstros impede que a tarefa se torne repetitiva, sendo o sistema de batalha adotado mais um pró que um contra.


Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Sistema dinâmico e inovador
+1,0 – Boa variedade de monstros, armas e magias
+0,5 – Gráficos limpos, bonitos e inteligíveis

-1,5 – Grande quantidade de pequenos defeitos e bugs
-0,5 – Falta de uma inteligência artificial

Nota final: 7,5 (bom)


3 – Trilha sonora: A escolha de algumas trilhas que condigam com o tema da anarquia faz todo o sentido, mas a mistura de temas com guitarras distorcidas e músicas do RTP é dissonante quando usados em dois mapas seguidos, assim como o volume de várias faixas. Algumas escolhas de trilhas de jogos famosos também é um pouco infeliz, contribuindo para a mesma dissonância de volume e ambientação. O uso de efeitos sonoros para exprimir emoções também não se faz satisfatório pela qualidade pobre dos mesmos, excetuando os gritos de fúria de Kain, mas que quando usados no meio das falas também não agradam pelo fato dos diálogos serem completamente mudos a maior parte do tempo. Excetuados os entraves, a maior parte da trilha sonora ambienta bem o jogo, mas nesse aspecto o jogo poderia ser muito melhor trabalhado.


Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Boa ambientação por parte da maioria das trilhas

-0,5 – Diferenças de amplitude/volume em várias faixas
-0,5 – Efeitos sonoros pobres nos diálogos
-0,5 – Dissonância entre BGMs punk e clássicas ou do RTP

Nota final: 6,5 (mediano)


4 – Mapeamento: O uso de tilesets variados dá um bom ar de originalidade ao jogo, e embora alguns gráficos combinados não sejam exatamente compatíveis, seja por palheta de cores ou simplesmente por estilo, a maioria dos mapas são bonitos e coerentes com o que pretendem ambientar. O desenho dos mapas em si possui dimensões ideais, e salvo alguns pequenos problemas, eles sabem acompanhar o sistema de batalhas utilizado. Da mesma forma, em mapas onde não há batalhas a presença de extras como os cards colecionáveis ou os bichos de pelúcia estimulam a exploração e a atenção aos detalhes, que não são poucos. Por outro lado, existem vários bugs de transponibilidade que denotam uma má configuração de diversos tilesets, assim como algumas fogs em certos mapas tornam difícil a identificação de encostas ou declives. Mas no geral, o jogo conta com uma boa exploração dos recursos do RMXP e sabe cumprir com o dever de detalhar, ambientar e tornar inteligível o ambiente no qual o jogador navega.
Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Originalidade e detalhismo
+0,5 – Estímulo à exploração e atenção aos detalhes
+0,5 – Tamanho ideal dos mapas
+0,5 – Compatível com o sistema de batalhas utilizado

-0,5 – Presença de bugs de transponibilidade
-0,5 – Dificuldade em se orientar em alguns mapas pelo excesso de fogs

Nota final: 8,5 (excelente)


5 – Gráficos: O jogo não conta com uma apresentação antes da title, tendo simplesmente uma capa animada de boa qualidade, mas que perde atenção quando outros elementos gráficos são apresentados pelo jogo. Afinal, o “quê” trash do jogo se dá praticamente todo pelos gráficos. Em um caso de oito ou oitenta, ou você acaba por achar a idéia mais ousada do mundo o uso de imagens reais e pixeladas com imagens chocantes e/ou pornográficas, ou simplesmente crê que o jogo poderia ser bem melhor se não tivesse a idéia de inventar tanto. O uso das imagens é controlado, no entanto, e embora algumas possam ser realmente fortes para alguns, elas não são exploradas ao ponto de se tornarem exaustivas ou comprometedoras para os não-apreciadores. Nesse ponto, os gráficos usados servem de identidade própria ao jogo, e como uma faca de dois gumes. Fora esse elemento de maior destaque, o uso de faces com expressões para os protagonistas, a HUD e os menus bem-apresentados, o mapeamento bastante satisfatório e o excelente trabalho com pictures no computador, na cabine e nas cutscenes de apresentação contam como prós técnicos, e do outro lado, algumas transições e fogs poderiam ser melhor trabalhadas e escolhidas.
Nota de partida: 7,0 (mediano)

+1,0 – Personalidade nos gráficos de quê “trash”
+0,5 – Excelente uso de pictures
+0,5 – Bom trabalho na parte gráfica do mapeamento
+0,5 – Boa apresentação de HUDs e menus
+0,5 – Bom uso de faces, expressivas e representativas

-0,5 – Transições e fogs poderiam ser melhor trabalhadas
-0,5 – O “quê” trash tende facilmente ao exagero

Nota final: 9,0 (excelente)


Nota geral final: 40,5 (excelente)

Review por Akira Miasato"

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