sábado, 20 de março de 2010

Temos mais um texto. Eu (Enzo) joguei e avaliei Zernar - Mistérios de Servena. Vamos ao texto.


Zernar – Mistérios de Servena (ZMS), em sua versão apresentada no Concurso, é um jogo em desenvolvimento, feito em RPG Maker VX. O ponto alto é a parte gráfica, pois recursos como imagens de personagens e vilões, fundos de batalha e tiles estão bastante originais e, na maioria das vezes, variados.

No entanto, dizer que a parte gráfica é o ponto alto equivale à afirmação de que os demais aspectos estão abaixo do primeiro, certo? De fato, o mapeamento, por exemplo, deixa a desejar, uma vez que os mapas costumam ser grandes demais e, em alguns pontos, muito vazios. Eu mesmo cometi essa falha em meu primeiro jogo, mas hoje percebo que mapas grandes demais são um verdadeiro tédio para o jogador. Por outro lado, os mapas de ZMS apresentam um bom senso de organização e uma variedade razoável, pois temos uma vila dos elfos com sua caverna, um campo, um cemitério, outras vilas e outros ambientes.

As batalhas no estilo Final Fantasy (e não no estilo Dragon Quest, sistema original do VX) são graficamente agradáveis, mas os recursos foram usados de modo muito limitado. Afinal, basta ficar apertando o botão e automaticamente você derrota o inimigo. Um RPG precisa de batalhas difíceis, que exijam estratégia, concentração, preparação prévia... O sistema de batalha de ZMS está simples, facílimo e óbvio. É preciso mudar muita coisa para que ele se destaque.

As músicas também não impressionam muito. Algumas são bem chatinhas, como a música da caverna e mais algumas; outras, embora sejam belas na essência e pertençam a grandes RPGs, foram encaixadas de modo equivocado no novo ambiente. A título de exemplo, ZMS tem uma música muito eloqüente e intensa de Chrono Cross, mas simplesmente o novo ambiente não suporta a carga dessa música. Resumindo, não basta colocar músicas de grandes RPGs; é preciso ter uma habilidade e uma percepção especiais na escolha dos recursos sonoros e o seus novos ambientes.

A maior limitação do jogo está no enredo, que é bem previsível, recheado de clichês, diálogos massantes, erros de português, personagens que não convencem e um “humor” cujo humor é difícil de encontrar...

ZMS tem recursos de grandes jogos como Chrono Cross, Final Fantasy e Zelda, mas o enredo lembra Pokémon pela simplicidade extrema, isto é, a falta de elaboração. Simplesmente alguém é muito mau e quer despertar criaturas ainda mais “sangue nozói” para fazer coisas muito más; mas existem aqueles muito bons que querem derrotar os muito maus. Tudo no jogo é exagerado, hiperbólico mesmo, e sem explicações convincentes.

Quando a gente joga Zelda: a Link to The Past, do SNES, lá estão Link, o herói; Zelda, a princesa; Ganon, o vilão; e Triforce, a fonte mágica de poder. E lá está, também, uma certa habilidade no modo de apresentar esses elementos, de tal modo que o jogador tem algo além dos clichês. O jogador fica hipnotizado, enfeitiçado e não sossega até derrotar o maldito Ganon.

Essa magia, essa hipnose, essa habilidade misteriosa no contar a estória, esse detalhe crucial o jogo ZMS, infelizmente, não tem.

Enredo: 5,7
Sistema de Batalha: 6,1
Trilha Sonora: 6,8
Mapeamento: 6,6
Gráficos: 8,3
Total: 33,5


Portanto, essa é minha avaliação para Zernar - Mistérios de Servena.

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