terça-feira, 16 de março de 2010

Temos mais três avaliações do Leandro, que jogou e deu notas a Linhagem Axis, TEC: Anarchy e Hitorija. Vejamos os textos do Leandro.


AVALIAÇÕES - AWARDS 09
2º FASE

LINHAGEM AXIS

ENREDO:

LA possui uma história “comum”. O uso de aspas é devido ao grande fator decisivo: a maneira como a história é contada. LA utiliza um uma premissa de uma grande guerra entre duas nações, sob um background de uma épico jogo de xadrez entre o Criador e o Destruidor, mas a maneira como essa história chega até nós é o fator determinante para o sucesso que LA faz. O criador teve especial atenção aos pequenos detalhes, aqueles que nos fazem entrar na história: diálogos bem amarrados, NPC's vivos e cativantes, personagens carismáticos, acontecimentos imprevisíveis. O desenvolvimento do enredo segue duas linhas: uma com Timo, um jovem que se alista no exército e acaba entrando no time do Capitão Andreas e seu amigo Ken; outra com Anita, irmã de Timo que foi enviada para viver com os elfos, com o objetivo de fugir da guerra. Os personagens de LA, como já dito, são extremamente carismáticos e bem trabalhados, talvez com a exceção de Timo. O jovem protagonista não parece ter força e personalidade pra levar o jogo e acaba ofuscado por personagens como Andreas, Ken, Anita e Stela. Timo parece um pouco ingênuo e bobinho demais e acaba perdido e em constraste com um mundo onde a diferença entre vilões e heróis é o modo como é contada a história.

NOTA: 9,5

SISTEMA DE BATALHA:

LA usa o sistema de batalha padrão do RPG Maker XP com alguns add ons a maior parte do tempo. O sistema é bem utilizado e não torna as batalhas monótonas. O uso de battlers de costas deu um bom efeito. Infelizmente LA acaba caindo no mesmo pecado que a série Final Fantasy costuma cair: batalhas aleatórias. Porém esse não é o único sistema do jogo. Além de possuir um ótimo “minigame” em que devemos atirar em Fagulhas(uma espécie de raposas) para impedir que cheguem na nossa carruagem, LA ainda contém um ABS por eventos usado apenas em uma missão extra. Infelizmente a missão ainda é um pouco curta, então o potencial total do ABS não foi utilizado, mas mesmo assim, o sistema tem seu valor e foi muito bem elaborado.

NOTA: 9

TRILHA SONORA:

É muito agradável, apesar de não possuir sons 100% originais. A trilha colabora muito na imersão e ambientação do jogador à história e esse acaba por ser um grande trunfo de LA.

NOTA: 9

MAPEAMENTO:

O jogo conta com mapas bonitos, porém com pequenos defeitos. É preciso dar uma revisada no sombreamento em alguns interiores e na finalização dos mapas. Alguns parecem que foram deixados por terminar. Ainda sim os mapas são de nível alto.

NOTA: 8


GRÁFICOS:

Os gráficos seguem basicamente o estilo RTP, um dos mais bonitos na minha opinião. Muita gente confunde o ESTILO RTP com GRÁFICOS RTP. O jogo contém muitos gráficos que não são do RTP, mas possuem o mesmo estilo. Há boas adições que parecem ter sido feitas pelo próprio autor, além de algumas modificações. Entretanto o ponto alto do projeto é a artwork original. Apesar de ter recebido críticas de algumas pessoas, no meu entender alguns pontos devem ser creditados nesse quesito em função do esforço de criar uma artwork 100% original para o projeto.

NOTA: 10

RESUMO:

ENREDO: 9,5
SISTEMA DE BATALHA: 9
TRILHA SONORA: 9
MAPEAMENTO: 8
GRÁFICOS: 10
NOTA FINAL: 45,5

TEC: ANARCHY

ENREDO:

Ragnarok, um Arcano poderoso, revoltado com a perspectiva de vida dos humanos, resolve criar um vírus que seja capaz de eliminá-los da face de Devon. Chaos, deus criador do planeta não quer que isso aconteça e ordena que Kain, o ser criado para ser sua arma, interfira em Devon e detenha os planos de Ragnarok. A trama de TEC: Anarchy é muito bem elaborada e contém bons dilemas morais. Afinal, Ragnarok está completamente errado? O modo de vida dos humanos não é prejudicial para todos? Os personagens também são muito bem trabalhados, cada um com seu background e suas próprias questões. Kain, que parece ser influenciado por Vincent de FF VII e Kratos de God of War, vive dividido entre abrir seu coração e seus sentimentos ou simplesmente fazer o que deve ser feito. TEC: Anarchy é um desses jogos que expõem perguntas e nos faz pensar e se utiliza de temas polemicos e cenas fortes para isso. Um ponto a considerar é a ligação entre Anarchy e o jogo TEC original. Kain faz algumas missões em Gaia, onde acaba por interagir com personagens do jogo original. Essas interações são divertidas e representam muito para os fãs da série.

NOTA: 10

SISTEMA DE BATALHA:

Um abs que mistura o teclado e o mouse. Honestamente é um sistema muito divertido e, apesar de uma utilização um pouco complicada, é um grande atrativo no jogo. Além das batalhas habituais, o jogo utiliza o ABS num minigame com a Nave Fenrir além de um minigame com navios piratas. Infelizmente, em máquinas menos potentes o sistema trava com alguma frequencia.

NOTA: 8

TRILHA SONORA:

A trilha é bem utilizada e possui bons arquivos extra RTP. Os sons do jogo casam de forma muito harmoniosa com o clima do enredo.

NOTA: 9


MAPEAMENTO:

O mapeamento em geral é muito bom. Apesar do jogo ainda utilizar alguns mapas do TEC original, os mapas originais do jogo são muito bem construidos, principalmente os de exteriores que possuem uma harmonia e contextualidade ótima. O único ponto que eu gostaria de referir é o fato de Kain visitar alguns planetas mas todos possuem a mesma “aparência”. Entendo que muitas vezes a falta de recursos atrapalha alguns jogos, mas acredito que podia haver algumas edições com o objetivo de valorizar essa área no futuro.

NOTA: 8,5

GRÁFICOS:

Usa o estilo do RTP como predominância, mas infelizmente acaba misturando alguns estilos, principalmente em tilesets. Essa discrepancia acaba sendo um ponto negativo. Outro ponto polemico fica na utilização de imagens “reais” durante o jogo, principalmente na introdução. Porém, durante uma cena do jogo aparece uma imagem de uma mulher esquartejada. É uma cena muito forte que talvez não precisasse estar ali, mas TEC: Anarchy acaba por ser encontrar na polemica um dos seus maiores divulgadores.

NOTA: 8

RESUMO:

ENREDO: 10
SISTEMA DE BATALHA: 8
TRILHA SONORA: 9
MAPEAMENTO: 8
GRÁFICOS: 8
NOTA FINAL: 43



HITORIJA

ENREDO:

Hitorija é um dos poucos rpg's feitos no Maker que eu joguei que não possui uma introdução explicativa sobre o mundo do jogo ou sobre o background de um dos personagens. Nós somos introduzidos à história com Yanto, um aprendiz de mago que está em busca de uma jornada valiosa. Hitorija possui bons diálogos e tem no desenvolvimento de seus personagens o grande suporte de apoio de seu enredo. Todos os personagens são muito bem trabalhados e possuem uma personalidade quase “palpavel”. É de notar que Hitorija faz o jogador imergir dentro da história, e usa todos os artifícios necessários para isso.

NOTA: 10

SISTEMA DE BATALHA:

Usa o padrão do RPG Maker XP com alguns add ons, além de um ótimo sistema de evolução feito por eventos. Esse sistema é realmente bem feito e útil e permite ao jogador uma liberdade enorme na customização dos personagens. Ao mesmo tempo que podemos acentuar os pontos fortes de cada personagem, também podemos atenuar os seus pontos fracos e criar estratégias diferentes cada vez que jogamos o jogo.

NOTA: 9

TRILHA SONORA:

Ajuda na ambientação do jogo. Não prejudica, nem tenta ganhar atenção, cumprindo seu papel. Um detalhe interessante é o uso de algumas músicas clássicas de jogos profissionais.

NOTA: 8

MAPEAMENTO:

Um bom ponto do jogo. Possui bons mapas e bem harmoniosos. Os mapas não atrapalham o jogador durante o jogo, apesar de alguns possuírem tamanhos anormais. Mapas muito grandes podem atrapalhar e cansar o jogador muito fácil. As vezes dá a sensação de andar e andar e nunca chegar. Outras, temos de escolher entre um caminho ou outro e por serem caminhos enormes ficamos sempre com a sensação de “ser ou não a escolha certa”. Ponto a favor são os interiores, além dos baús escondidos através dos mapas.

NOTA: 9

GRÁFICOS:

Uma predominância no estilo RTP e, em alguns casos, predominancia do próprio RTP. Apesar de eu ser um fã do estilo do RTP, eu sou obrigado a reconhecer que a quantidade de material disponível na net do mesmo estilo praticamente invalida jogos que tentem usar praticamente só o RTP. Acho que não custa muito fuçar na net e achar ótimos e abundantes recursos compatíveis com esse estilo. O visual de alguns sistemas não ficou tão bonito como poderia e o jogo peca um pouco por isso.

NOTA: 7,5

RESUMO:
ENREDO: 10
SISTEMA DE BATALHA: 9
TRILHA SONORA: 8
MAPEAMENTO: 9
GRÁFICOS: 7,5
NOTA FINAL: 43,5


As três avaliações acima, de autoria do Leandro, são as últimas avaliações feitas no Concurso. Faltam as três últimas votações e a apuração das notas dos jurados para que cheguemos ao término do RPG Maker Awards 2009.

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